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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Marcelo Tadeu deixa Vara de Execuções Penais




Sionelly Leite/Alagoas24Horas/Arquivo

O juiz Marcelo Tadeu anunciou nesta terça-feira, dia 16, sua saída da Vara de Execuções Penais. Conhecido por suas declarações e decisões polêmicas, o magistrado confirmou o fim das suas atividades à frente da Vara de Execuções Penais alegando desgaste pessoal.

Segundo Tadeu, após três anos e meio de trabalho à frente da vara, este é o momento de assumir novas funções dentro da magistratura alagoana. O magistrado, que há 17 anos está no exercício da função, nove deles na área criminal, deverá assumir a 4ª Vara Cível da Capital.

O magistrado disse que o desgaste se deu principalmente devido à postura adotada por ele, denominada garantista, na qual resiste à pressão das elites sociais. Segundo Tadeu, o sistema prisional reproduz a estrutura da sociedade, na qual se destacam a desigualdade e exclusão social, que resultam da falta de oportunidades para as camadas mais pobres.

Na avaliação do magistrado, a sociedade não estaria interessada em recuperar os presidiários e sim apenas excluí-los do convívio social. Marcelo Tadeu avalia que não é possível afirmar que as pessoas que estão dentro do sistema prisional são irrecuperáveis, pois o Estado não dá oportunidades nem possibilidade de recuperação aos presos.

Quanto à questão das drogas, Marcelo Tadeu fez uma análise, no mínimo, polêmica. De acordo com o magistrado, ‘a cadeia não vive sem droga’, assim como a sociedade. Tadeu defende que a droga deve ser tratada como uma questão de saúde pública e não no campo penal. Para justificar a sua opinião, ele citou a mortalidade provocada por drogas lícitas como o álcool e o cigarro.

Ainda segundo o magistrado, a proibição do uso de drogas cria uma rede de corrupção e lavagem de dinheiro com a participação efetiva de agentes públicos. Marcelo Tadeu disse que quando assumiu a Vara de Execuções Penais, realizou um mutirão no presídio feminino e de 57 mulheres, ficaram apenas 21. Atualmente existem 104 reeducandos, e destas apenas duas foram julgadas e condenadas. A maioria delas estão presas devido ao tráfico de drogas, na qual foram introduzidas pelos parceiros.

O magistrado defendeu a atuação das entidades de Direitos Humanos e disse que quem defende a política de que ‘bandido bom é bandido morto’ são aquelas pessoas que nunca tiveram parentes cometendo delitos. “Quando essa pessoa tiver um filho que cometa um delito não vai querer vê-lo morto. Isso é um discurso unilateral, reacionário, e estas pessoas precisam de trabalho no campo da psicologia".

Marcelo Tadeu ainda destacou a precariedade das unidades prisionais do Estado, mas ressaltou que este não é o único setor carente de investimentos, uma vez que seriam necessários, na avaliação do magistrado, investimentos em políticos de reinserção social.

APESAR DE TER POSIÇÕES TIDAS POR MUITOS COMO "GARANTISTA" E EXTREMAMENTE TENDENCIOSA À CAUSA DOS REEDUCANDOS, ACREDITAMOS QUE TÍNHAMOS NELE UM PARCEIRO NA LUTA POR UM SISTEMA PRISIONAL MELHOR PARA ALAGOAS... INFELIZMENTE, NO NOSSO ESTADO, AS PESSOAS QUE REALMENTE DESEJAM MELHORAS PARA OS SERVIDORES E PARA A POPULAÇÃO, SÃO EXPURGADAS E TIDAS COMO "PROBLEMÁTICAS"... QUEM QUER FAZER O MELHOR E O CERTO, INFELIZMENTE NÃO É BEM VINDO...PARABÉNS PELO SEU TRABALHO, DR.MARCELO!!! E OBRIGADO POR APOIAR A LUTA POR UM SISTEMA PRISIONAL MELHOR...

Um comentário:

  1. Eu assisti a entrevista do Dr.Marcelo tadeu e,sinceramente,acho que este sr.não fez nada pela melhoria do sistema prisional de alagoas.Pra muitos doutores da lei é facil se acomodar numa sala confortavel e criar situações fantasiosas para demonstrar ,a uma sociedade capenga,que fazem um trabalho digno em prol da mesma,quando na realidade trabalham apenas para a mídia.Tudo que sabem fazer é conceder indulto pra soltar marginais por causa da super lotação do sistema.É um situação comica.soltam os que estão nos presidios,para trazer os que estão nas delegacias,depois prende, e novamente,os que estavam no presidios...e assim sucessivamente.
    Ou nos posicionamos do lado do bem ou seremos engolidos pelo mal.

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