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sexta-feira, 20 de março de 2009

Peritos afirmam que detentos foram assassinados nos presídios


Cristiane Calaça

De acordo com o laudo divulgado hoje, em coletiva, pelos peritos do Instituto de Criminalística, os cinco casos de morte registrados no sistema penitenciário alagoano no início deste ano apresentam as mesmas características: homicídio provocado por estrangulamento seguido de enforcamento. “Todos os casos apresentam as mesmas características, o que leva a crer que têm os mesmos autores”, explicou a diretora do Instituto de Criminalística, Rosana Coutinho.

Dados da Intendência Penitenciária revelam que, em 2007, foram registrados 17 mortes violentas nos complexo penitenciário alagoano; em 2008 foram seis mortes violentas e três naturais. Neste ano, as mortes de Edmilson José da Silva e de José Militão Sousa Filho, encontrados mortos no presídio Baldomero Cavalcanti, e de David Cerqueira Vieira, Alberto Leo da Silva e Luiz Carlos dos Santos, encontrados mortos no Cyridião Durval, ocorreram num intervalo de 20 dias.

Prevendo o resultado dos laudos, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Gilberto Irineu, disse já ter solicitado à Intendência Penitenciária, através de oficio, o nome de todos os corpos encontrados no sistema. Segundo ele, também foi enviado à direção da Polícia Civil e à Secretaria de Defesa Social ofícios para pedir a constatação da realização de inquéritos desses casos e avaliar os resultados obtidos.

Peritos exigem melhores condições de trabalho

O presidente da Associação dos Peritos, Nicolas Passos, explica que a perícia foi realizada no período de um mês através da análise do que foi encontrado no local. “Através disso, traçamos a dinâmica de como ocorreu o fato”, diz ele, ao lembrar que os peritos não podem divulgar detalhes de como atuam para não prejudicar análises futuras.



Passos reforça as dificuldades para a realização do trabalho provocadas pela carência de equipamentos e laboratórios. “Vamos iniciar uma nova paralisação em breve para cobrar melhores condições de trabalho e exigir que o Estado pague pelas 24 horas de trabalho da classe”, antecipa Nicolas Passos.

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