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segunda-feira, 7 de abril de 2008

Cyridião Durval: presos têm acesso a armas, telefones e planejariam crimes na unidade prisional

A fragilidade do sistema prisional de Alagoas tem sido pauta recorrente nas reuniões do Conselho Estadual de Segurança Pública. Nesta sexta-feira, 4, a reportagem do Alagoas24horas teve acesso a uma série de denúncias – feitas por um agente penitenciário – que aponta várias irregularidades verificadas no Presídio de Segurança Média Professor Cyridião Durval e Silva.
Segundo o agente, um reeducando, identificado apenas como Robson, do Módulo do Trabalhador, teria acesso, freqüente, ao computador da sala da Diretoria Administrativa. A máquina conteria informações funcionais dos agentes penitenciários lotados no Cyridião, entre outros dados administrativos.

Ainda segundo a denúncia, no dia 13 de fevereiro foram encontrados três revólveres no módulo G3 da unidade, todos municiados, e que até hoje nenhuma medida efetiva teria sido adotada. A assessoria de comunicação da Intendência Geral do Sistema Penitenciário informou que o inquérito policial foi aberto, juntamente com a sindicância, que foi prejudicado pela greve da Polícia Civil.

Para evidenciar o problema, o agente relata, ainda, a falta de material adequado de trabalho. Segundo a denúncia, enquanto presos têm acesso a armas, aos agentes só é permitido o acesso à munição de borracha (baixa letalidade) e “espingardas antigas de cano duplo que nunca funcionaram”.

A denúncia questiona, ainda, a conduta do chefe de disciplina e chefe da guarda, que fariam “todo tipo de acerto para deixar a cadeia de boa”. O agente os acusa de desconhecer a lei 7.210, que institui a Lei de Execução Penal e trata da do objeto e da aplicação da lei. Para exemplificar a situação, o agente diz que o policial militar envolvido no assalto ao posto fiscal da Sefaz, identificado como Miranda, que resultou na morte de do PM César Teixeira de Barros, foi diretor administrativo do Cyridião.

A assessoria confirmou a informação, mas disse que o ex-diretor havia sido exonerado pela Intendência meses antes do ocorrido e que até a data da exoneração não havia sido constatada qualquer irregularidade na sua conduta na unidade prisional.

Telefones e crimes

Apesar das irregularidades administrativas, as principais denúncias do agente dizem respeito à entrada de armas e telefones celulares na unidade prisional. Segundo ele, é possível ouvir os telefones tocando durante a noite, dentro das celas dos reeducandos, que teriam implantado um sistema de rotatividade para ter acesso aos aparelhos.
Os telefones móveis, além dos orelhões existentes nos módulos seriam o principal elo entre os presos e o cometimento de crimes fora do presídio. O agente diz que as fugas são financiadas por grupos dentro do próprio presídio, o que explicaria a saída de 11 reeducandos de uma única vez, como já foi registrado na unidade.

O agente conta, ainda, que na semana passada, pegaram alguns reeducandos que trabalham com manutenção, que soldaram um resto de ferragem que estava no galpão ao lado, para fazer um beliche. Isto se dá enquanto os agentes são praticamente expostos ao relento durante a vigília, devido às condições precárias das guaritas existentes no presídio.
O agente afirma que seus companheiros temem por suas vidas e que esperam com grande expectativa as novas determinações do secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, com relação ao sistema prisional de Alagoas.

Fonte: Alagoas 24 Horas

Um comentário:

  1. Pela intimidade com vi os reeducandos do Cadeião se dirigirem ao "competentíssimo" Cap André, quando lá esteve na ocasião da descoberta de um túnel, chegando até a se agachar enquanto falava com os reenducandos (como iguais) e forma gentil com que os tratava (creio bem diferente da forma como trata os agentes), não duvido mais nada a respeito do que acontece no Velho Cyridião.

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