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sábado, 12 de abril de 2008

Polícia pede e justiça fará mutirão

Pelo menos 185 presos serão transferidos

O juiz Marcelo Tadeu, o diretor geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, o juiz corregedor do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, Sóstenes Alex, e o promotor da Vara de Execuções Penais, Flávio Gomes, estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira, no Fórum do Barro Duro, para discutir a portaria que foi publicada no Diário Oficial do Estado, na última terça-feira, que determinava aos delegados de polícia da capital e interior do Estado a solicitar a transferência de presos, a fim de evitar a superlotação das delegacias.

O objetivo da decisão é fazer com que os policiais civis tenham maior engajamento nos setores de inteligência e investigação, uma das reivindicações do Sindicato dos Policiais Civis no período da greve.Enquanto aguardava a chegada do juiz Marcelo Tadeu, o juiz corregedor, Sóstenes Alex, explicou a situação das delegacias de Maceió. Ele disse que só nas delegacias da capital existem 185 presos e, por isso, existe a necessidade de transferir boa parte desses presidiários já a partir da próxima semana.

Nos dois presídios masculinos da capital, segundo o juiz, há vagas suficientes para abrigar os presos provisórios. “No Cirydião, por exemplo, existem 47 vagas e, apesar de ter sido construído para receber apenas presos condenados”, afirma Sóstenes Alex, explicando ainda que o caso do presídio do município de Arapiraca é “atípico”. "Ele já ultrapassou 68% da sua capacidade, e, por isso, avaliamos a possibilidade de alguns presos serem transferidos à capital", emendou.

A decisão confronta com uma antiga reivindicação do juiz Marcelo Tadeu, que acredita não ser saudável juntar detentos já condenados com os provisórios. Para ele, uma alternativa é investir nas próprias delegacias, de modo que as mesmas possam receber dignamente um número limite de presos.

Para presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, a situação do sistema prisional é de 'calamidade' Quem também participou da reunião foi o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Jarbas Souza, que concorda com a deliberação de Marcílio Barenco, apesar de acreditar que Alagoas precisa se empenhar na reestruturação do sistema prisional. "Isso incluiria reformas nos presídios, construção de novas unidades e melhoria das condições de trabalho dos agentes", salientou o sindicalista.

Jarbas afirmou ainda que a categoria chegou a pensar em pedir interdição no sistema, pois, para ele, “a situação é de calamidade”. "A categoria vai ajudar a Corregedoria de Justiça e a Intendência Geral do Sistema Prisional no mutirão para analisar a situação de cada detento", complementou.
Fonte: Gazeta Web

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