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domingo, 22 de junho de 2008

Da prisão à universidade

Elas vão poder cruzar os muros da penitenciária Estevão Pinto e se tornar universitárias. A partir de agosto, quatro detentas que cumprem pena por tráfico em regime fechado na unidade prisional no bairro Horto, região Leste de Belo Horizonte, vão dar início ao sonho de se formarem em um curso superior no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, na capital.

Joseane Santana, 35, Dalila Gonçalves, 23, Belisa Costa, 22, e Jenifer da Silva, 24, prestaram vestibular e foram aprovadas para os cursos de enfermagem, fisioterapia e administração. A chance de fazer o exame foi uma decisão conjunta. "Houve um estímulo por parte da Secretaria de Estado da Educação, a própria vontade das presas, que pagaram as inscrições, e o acolhimento da universidade", afirmou o subsecretário de Administração Penitenciária, Genilson Zeferino.

Com a notícia da aprovação, as quatro primeiras presas a cursar uma universidade em Minas esperam mudar a direção do leme de suas vidas. "Esse será um novo começo, uma oportunidade de crescimento", disse Jenifer, que vai cursar administração.

A jovem está presa há um ano e quatro meses e tem uma sentença de mais dois anos para cumprir.

Para Belisa, que vai cursar fisioterapia, a chance vai facilitar o processo de ressocialização. "Já carregamos um rótulo muito ruim por sermos presidiárias. Estudar vai ser uma forma de mudar essa impressão que as pessoas têm", disse. A jovem afirmou que com o diploma nas mãos, pretende também se dedicar a trabalhos sociais com detentas. Dalila, que foi condenada a uma pena de 11 anos e cumpriu um ano e sete meses, afirmou que mesmo estando presa poderá ser motivo de orgulho para a mãe e espelho para os dois filhos.

Segundo elas, depois da aprovação, outras internas estão motivadas a estudar. No próximo semestre, pelo menos outras dez devem fazer a prova. "Hoje são presidiárias. Amanhã serão fisioterapeutas, enfermeiras, e a sociedade precisa entender isso", disse Zeferino.

Alunas devem usar tornozeleiras para estudar

As presas do regime fechado da Estevão Pinto que vão começar a estudar fora da penitenciária podem fazer parte do grupo de três sentenciados que fazem testes com tornozeleiras em Minas. O equipamento é afixado ao corpo e faz o monitoramento 24 horas. No dia das provas na universidade, elas foram escoltadas.

“Essa é uma decisão da Vara de Execuções Penais, mas nós teremos todo o interesse em testar nelas. Vamos nos reunir com o juiz e com o promotor para decidir como elas vão estudar”, explicou Genilson Zeferino. Para as novas alunas, isso não é o mais importante. “Poder atravessar o portão da penitenciária sem algemas foi muito bom. Não posso nem imaginar como será ficar livre para ir à universidade”, conta.

Ontem, segundo o Tribunal de Justiça, E.F.C., 21, foi o primeiro preso sentenciado a se beneficiar da tecnologia de tornozeleira monitorada por GPS. Os outros em teste usam a tecnologia de rádiofreqüência que só monitora em pequeno raio de onde está o transmissor.

Fonte:Alagoas 24 horas

Um comentário:

  1. gostaria de parabenizar a jenifer por esta conquista.Nao a conheço,mas ela morava aki na minha cidade e fiquei sabendo q sempre foi uma garota lutadora,que deus a abençoe

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