MULHERES DE PRESOS PROTESTAM EM FRENTE AO FORUM

Protestando em frente ao Fórum, localizado no Barro Duro, algumas mulheres de presos que cumprem pena no Baldomero Cavalcanti acusaram a direção interina do presídio de querer transformar a unidade prisional no Carandiru, conhecida casa de detenção em São Paulo. A referência, segundo elas, é que a nova direção teria dito que iria torturar e matar os presos.
“Nós queremos ser atendidas. Além de terem levados os fogões e, em alguns casos, terem quebrado as televisões, não estão deixando a gente entrar com comida. A comida que tem lá é podre, estragada, cheia de tapuru”, denunciou Valéria Silva, esposa de um detento.
Ela disse também que há detentos com balas alojadas no corpo decorrente de tiros disparados por integrantes do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP) e que não receberam atendimento médico. “A direção disse que entrou para ajeitar as coisas, mas desse jeito, está é muito pior”, reclamou Valéria.

Dança da Xuxa

As mulheres dos detentos disseram que o GAP obriga os presos a participarem da “Dança da Xuxa”. Elas contaram que os maridos são obrigados a tirar a roupa e ficar em “posições” diferentes e dançar diante do olhar dos agentes. “Queremos que isso acabe logo, se não os caras do GAP vão acabar com eles lá dentro. A gente quer também que o Marcelo Tadeu acompanhe tudo isso de perto”, afirmou Elisandra Barbosa dos Santos.
“O tratamento dos pobres é diferente do dos ricos. Se você olha lá os ‘carranquinhas’ (referência aos presos na Operação Carranca) tomam uísque e comem lasanha. Quando a gente chega com comida, os agentes futucam tudo para ver se tem algo. Os caras da Carranca podem tudo, têm cela especial com direito a frigobar”, completou Elisandra.
Cerca de 400 detentos estão, desde a última segunda-feira, fazendo uma greve de fome como uma maneira de protestar contra a chegada da comissão e contra a retirada de fogões e televisões.

Atualizado às 18h24.
Fonte: Alagoas em Tempo Real