O dia D

Vamos esquecer tudo que aconteceu até agora. As investigações da Polícia Federal, as prisões, a famosa “Operação taturana”. Vamos passar uma borracha. Isso é passado. O que importa é o envolvimento da sociedade na manifestação anunciada para este dia 19, como início na Praça dos Martírios. Os movimentos sociais, sindicatos, associações e até mesmo autoridades do judiciário, anunciaram que estarão em meio ao povo.
O número de indignados não pode se resumir à conversa de bar, barbearia, esquinas, táxis e corredores. Muita coisa depende desta manifestação. A expectativa é enorme e essa caminhada pode ganhar repercussão nacional. O próprio judiciário estará atento ao grau de revolta ou “tanto faz” das ruas.
Pelo que se lê nos noticiários são mais de 100 entidades que confirmaram presença ao não a violência e a corrupção. O indicativo deste dia 19 será um divisor de águas. Ouvi de algumas pessoas que “de nada adianta, a justiça é cega”. Um colega de profissão foi mais além e sentenciou que a “justiça é surda, pode gritar a vontade”.
Penso diferente. Chegamos a um ponto extremo, onde não existe volta. A corrupção deixou de ser motivo de comentário de esquina e está fincada em documentos, depoimentos e principalmente escutas telefônicas. São dezenas de processos e milhares de horas de investigações feitas pela Polícia Federal e Ministério Público Estadual e Federal. Muito trabalho para juízes, promotores e honorários generosos para advogados.
Do outro lado à violência, que possui ligações estreitas com a roubalheira. Muito do dinheiro que escorreu pelo ralo podia ter sido usado para educação. A falta de escolas se revela no uso de drogas e os crimes que estamos vendo a cada dia no nosso Estado.
Por aqui chacina se tornou moda. Parece que os matadores entraram numa disputa macabra. Quem mata mais. O dinheiro desviado fez a festa de uma minoria e a desgraça da sociedade.
Hoje teremos a resposta. Até onde o povo está indignado.

Por Jerfeson Morais
Fonte: Tudo na Hora