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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Advogado diz que GAP é um monstrengo criado pelo governo



O advogado Gilberto Irineu, da Comissão de Defesa de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados de Alagoas - OAB, disse que o Grupamento de Ações Penitenciarias - GAP, responsável pela segurança dos presídios na capital e interior, é um monstrengo criado pelo governo do Estado que deve ser implodido o mais rápido possível.

Gilberto Irineu afirma que o grupo usa da força bruta para agir e esclarece que ele não tem sustentação jurídica para exercer tal papel. O representante da OAB ressalva que diariamente recebe familiares de presos que oficializam denúncias de torturas e humilhação praticadas por membros do grupamento de ações penitenciárias, tão em evidência nos últimos meses.
Da Redação

Advogado Gilberto Irineu acompanha as denúncias contra os agentes do GAP
"São depoimentos estarrecedores que chegam à OAB - Seção Alagoas, e repassados automaticamente através de ofícios para o Conselho Estadual de Segurança e Secretaria de Defesa Social, que determinam a instauração de inquéritos para apurar a veracidade das denúncias. Posso afirmar que o volume de depoimentos é muito grande e, sobretudo, sério", alerta Gilberto Irineu.

A execução sumária do detento Márcio Ladeira, em julho desse ano, dentro de sua residência no Tabuleiro dos Martins, está sendo atribuída a agentes pe-nitenciários. Ele era acusado de matar o agente do GAP, José Vieira da Rocha Filho.

O conselheiro Tutmes Ayran, ex-secretário de justiça, disse que o grupo está executando ações que não são de sua atribuição. "Se a polícia não tem autorização para matar, muito menos o GAP", ressalta o conselheiro.

Comandante do grupo acusado em extermínio

AOperação Águia, deflagrada no último dia 4, e coordenada pela Polícia Civil e Força Nacional, prendeu o chefe do GAP, subtenente da Polícia Militar de Alagoas, Salomão Ferreira dos Santos, acusado de comandar um grupo de extermínio composto por membros do GAP e responsável em assassinatos de detentos dentro e fora do sistema prisional. Contudo, a Polícia Judiciária não reúne ainda provas contra Salomão Ferreira e seus comandados.

Um vídeo amador, produzido por uma pessoa que reside próximo de Márcio Ladeira, mostra a movimentação de três agentes penitenciários no momento do assassinato do detento, ocorrido dentro de sua residência. Logo após a execução, os servidores estaduais fugiram do local e até o momento não foram identificados pela Polícia Civil e pelo intendente penitenciário, tenente-coronel Luiz Bugarim.

Apesar da Polícia Civil não ter provas ainda, prendeu, além do subtenente Salomão Ferreira, os agentes penitenciários Daniel Lopes Chaves, José Ivanis Bezerra, Abimael Clemente Oliveira e Roberto Alves como prováveis executores do detento Márcio Ladeira.

Ainda no local da prisão, os agentes negaram o envolvimento com o grupo de extermínio. Porém, estão sendo alvo de minuciosa investigação, cujo resultado será apresentado até o final deste mês. As armas pertencentes a eles foram recolhidas e serão submetidas a exame de balística e os agentes a exame residuográfico. Os resultados estão sendo esperados com grande expectativa pela Comissão de Defesa de Direitos Humanos, Secretaria de Defesa Social, Conselho de Segurança Pública e familiares do detento Márcio Ladeira. O sindicato da categoria também acompanha o caso e não acredita na participação dos agentes em grupo de extermínio.

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