SINASPEN-AL

SINASPEN-AL


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Agentes acusados de incentivar piquete



OAB diz que “governo está enfraquecido” na gestão do sistema penitenciário; grevistas rebatem acusações e dizem cumprir a lei.

NIVIANE RODRIGUES - Repórter

Mães de detentos do sistema prisional alagoano procuraram ontem a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas para denunciar que agentes penitenciários, em greve desde a última quarta-feira, 20, estariam incentivando os familiares dos presos a fazerem piquetes em frente aos presídios para chamar a atenção da mídia para a mobilização da categoria. O fato , segundo o presidente da comissão, Gilberto Irineu, foi comunicado pela Ordem à Intendência Penitenciária, mas enquanto uma providência não é tomada, a OAB teme que o pior possa ocorrer.
“Os reeducandos são penalizados com essa greve e ficam impedidos de tomar banho de sol e de receber seus familiares. Isso gera uma tensão muito grande entre eles e os agentes e entre estes e os familiares dos presos”, alerta Irineu.
Ele acredita que os presos nã são favoráveis, pelo menos no momento,a uma rebelião.
O advogado Gilberto Irineu diz que o comando dos presídios está com os agentes penitenciários e alerta: "O Estado está se mostrando enfraquecido frente a administração do sistema. Já os agentes estão fortalecidos e isso é perigoso para as sadias relações dentro do sistema",diz.
EM GREVE
Parados desde a última quarta-feira, os agentes penitenciários parecem não se incomodar com as críticas e estão dispostos a manter a greve.
Querem piso salarial igual ao da Segurança Pública, de R$ 1800,00. Querem ainda "pagamento correto" de adicionais de periculosidade e noturno, e reclamam que estão tendo um prejuízo mensal de R$ 300,00. Atualmente a categoria recebe R$ 997,00, "A greve está mantida até que o governo faça um contato conosco e acene com uma proposta positiva para categoria", diz Marcelo Avelino, diretor do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas.
Ele afasta qualquer ação da categoria no sentido de insuflar familiares dos presos a fazerem protestos. "Estamos mantendo os 30% do serviço, como determina a lei, e por isso pedimos que não seja feita a destranca (que deixa os reeducandos soltos no módulo), justamente para garantir a segurança deles e do sistema. Os direitos fundamentais dos presos estão mantidos: alimentação, escolta judicial e atendimento médico", diz Avelino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário