SINASPEN-AL

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Adoradores de bandidos

Fui provocado por alguns amigos e leitores desse blog a falar sobre um assunto que vez por outra vez à tona. Setores da sociedade (poucos a bem da verdade), ligados de forma umbilical a elite que comanda o Estado, a intelectuais que só sabem da violência quando de comentários com o garçom, o vigilante a doméstica e outras pessoas que sentem na pele o problema, condenam a existência dos programas que eles classificam de “policiais” porque pra eles o termo “policial” é palavrão, ofensivo, depreciativo. Mas é preciso informar a você leitor, que esse tipo de ser humano nem sempre fala com o porteiro, o jardineiro, ele está acima de tudo.
Eu nunca falei desse assunto publicamente, pois atuo na reportagem policial de 1979. Desde aquela época o repórter que fazia parte da editoria de polícia (hoje isso nem mais existe nos grandes jornais) já era visto de lado. Os próprios colegas jornalistas tinham reservas. Nos achavam um perigo para alguns, devido as suas convicções políticas. Naquela fase turbulenta do país, a censura era enorme, expressar opinião era algo perigoso.
A violência que era registrada no Estado nada tinha a ver com o que ocorre hoje. Recordo que o sujeito considerado mais perigoso em Maceió era um batedor de carteiras conhecido como “fura pacote”. Esse sim, um pobre coitado. Quando uma pessoa tinha a carteira furtada, o tal “meliante” era chamado na delegacia, não precisava ser preso.
Lembro de um desses intelectuais, que carregava debaixo do braço um monte de livros para passar a imagem de devorador literário (nada contra, porque de vez em quando leio) e que contestava tudo. Ele era do contra.
Descia a lenha no profissional que realizava reportagem policial e tachava a todos como “informantes” do governo. Que sacanagem. Depois descobri que o medo dele era de que eu ou os outros dois jornalistas da editoria fossemos denunciá-lo a polícia porque todos os dias ele se trancava nos fundos do jornal com outros seguidores e fumavam maconha e injetavam nas veias um medicamento que nunca esqueço a marca “gluocornegam”, a base de fenil.
Mas essa saga continua. Hoje na TV, vez por outra ouço comentários do tipo que promovemos bandidos, quando mostramos os crimes mais hediondos cometidos no nosso Estado. Ora esse pessoal que diz ter alguma preocupação com o crime prefere que nada seja mostrado? Melhor jogar todo o sangue para debaixo do tapete!
A sociedade tem o direito à informação. O que os jornais impressos noticiam de crimes diariamente no Estado não chega a 10% dos números exatos. Falta tinta, faltam páginas. Nós conseguimos exibir 30%, só isso. E ainda causamos tanta reação de grupos de direitos humanos de bandidos, eles sim, se arvoram como pilares do combate à violência. Concordo, na violência contra criminosos, bandidos da pior espécie. O cidadão que paga seus impostos, sofre com o desemprego, com o crime, esse não. Os padrinhos dos fora da lei querem nos obrigar a aceitar de braços cruzados a explosão do crime.
O sistema prisional do Estado entrou em colapso, dentre outros motivos, devido à ingerência desses grupos. Deram aos detentos mais direitos que eles possuem e nos impuseram o rigor do medo.
Para botar mais lenha na fogueira, acho que a sociedade precisa começar a discutir a pena de morte e a prisão perpétua. No caso da primeira, ela já existe, falta tão somente legalizada. A pena de morte é executada dentro dos presídios e aqui fora. Estuprador, seqüestrador que mata suas vítimas, o bandido que mata pra roubar, esse merece um tratamento diferenciado, pagar caro.
Enquanto eu tiver espaço na TV, vou defender o que penso, sem levar em conta os intelectuais de visão estreita, que acreditam saber de tudo. De onde viemos e pra onde vamos. De todas as teorias possíveis. Devoradores de livros, que só enxergam o criminoso se ele for rico e não fizer parte do seu círculo.

Fonte: Tudo Na Hora

2 comentários:

  1. Claro, o cidadão de bem não dá projeção e nem dinheiro para esse bando de desocupados dos DHs.

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