Nota de retratação??? da Intendência Penitenciária

O grupo Alagoas em Tempo foi surpreendido na semana passada com um pedido de retratação feito pela assessoria de comunicação da Intendência Geral do Sistema Penitenciário do Estado, sobre as declarações que o capitão PM André Dias, que ocupa o cargo de gerente-geral do Presídio Cyridião Durval, teria dado ao repórter Cícero Santana servindo como base para a matéria “Fuga de presos custou R$ 100 mil” publicado no jornal Alagoas em Tempo e no portal Alemtemporeal.O texto chamado “Nota de Retratação” descreveria o que o capitão André e sua assessoria, classifica como “equívocos” do repórter Cícero Santana, que é um dos mais experientes profissionais do Estado, trabalhando no setor desde 1965 e com passagens em quase todos os veículos de imprensa de Alagoas.Antes de maiores esclarecimentos reiteramos nossa proposta de não pertencer a este ou aquele grupo político e de sempre prezar pela busca dos fatos, sem nos preocupar em agradar qualquer pessoa e sempre tendo o cuidado de oferecer os dois lados ou mais, se assim tiver, do fato para que nossos internautas formem sua própria opinião.De volta a nota, que está publicada na íntegra no jornal Alagoas em Tempo e logo abaixo deste texto, gostaríamos em primeiro lugar reconhecer nosso principal equivoco: “Ouvir e dar crédito a alguém que pertence a atual direção da Intendência Penitenciária” .A surpresa em receber a comunicação da assessoria da instituição sobre a matéria é ainda maior, pois não recebemos o mesmo “tratamento” quando denunciamos que um bandido que estava preso, segundo comunicação desta própria intendência, seria o principal suspeito de várias ações criminosas no Estado.Também não recebemos qualquer comunicação desta assessoria sobre o caso Antônio Preto, ou sobre como foi permitido que armas automáticas entrassem no presídio ou quem sabe uma explicação para o fato do Caetano, líder da fuga segundo a própria intendência, ter sido transferido de um presídio para outro.A explicação dada pela assessoria sobre a origem da informação sobre R$ 100 mil reais só não nos causa riso por conta da gravidade do fato, mas seguramente se junta a outros textos que nesta redação chegaram como o “suicídio” do Antônio Preto, ou não chegaram, como o resultado dos inúmeros processos de “sindicância” que esta instituição teria aberto.Dizer que a publicação das declarações da matéria afetou a relação entre agentes e a instituição é desconhecer o fato público e notório que o capitão André tem uma péssima relação com a categoria por motivos que deveriam ser revelados pelos dois lados.Sobre o capitão André só lamentamos o fato deste oficial não ir a frente com suas denúncias o que possibilitaria um enriquecedor debate sobre quem são os responsáveis por tantas fugas nos presídios alagoanos.Outro fato que lamentamos profundamente é o "exercício" de pressão sobre o repórter Cícero Santana, autor da matéria, para desmentir ou deturpar os fatos relatados a ele. Não iremos tolerar, e acreditamos que a sociedade alagoana também, qualque ação neste sentido.Dito tudo isto afirmamos que o verdadeiro “equívoco” vem sendo cometido pelo governador Teotonio Vilela ao manter na direção da Intendência Penitenciária os mesmos dirigentes responsáveis pelo mais trágico ano do sistema prisional alagoano em toda a sua história.Para finalizar deixamos algumas sugestões de pauta para as próximas notas de esclarecimentos:Quem teria “suicidado” Antônio Preto?É verdade que existem bandidos que saem do presídio a noite para cometer crimes?É verdade que o perigoso bandido Vaqueirinho fugiu do Baldomero?Alguém foi responsabilizado por qualquer fuga acontecida este ano?Alguma “sindicância” teria dado resultado concreto?Quantos presos fugiram pela porta da frente dos presídios alagoanos?Segue abaixo a “nota de retratação” da Intendência Penitenciária na íntegra e o link para matéria de Cícero Santana, para que nosso internauta possa formar sua própria opinião.

Carlos Melo - Editor Alemtemporealhttp://www.alemtemporeal.com.br

Nota de Retratação

Tendo em vista os equívocos cometidos pelo repórter Cícero Santana na matéria veiculada no jornal Alagoas em Tempo e pela agência de notícias alagoasemtemporeal, a qual descreve sobre a última fuga acontecida no Presídio Cyridião Durval e Silva – publicadas no dia 03 de janeiro deste ano -, o gerente-geral daquele presídio, capitão André Dias, vem esclarecer alguns fatos que não tiveram expressão fidedigna de suas palavras, discorremos abaixo esses relatos.A matéria em questão afirma, inveridicamente, que André Dias acusa três agentes penitenciários como os principais responsáveis pela fuga de 11 reeducandos, ocorrida no dia 31 de dezembro de 2007 e que os mesmos já estariam presos para serem investigados sobre o caso. O repórter coloca ainda que a fuga em questão teria custado aos responsáveis a quantia de R$ 100 mil.Segundo o gerente da unidade, capitão André, em nenhum momento acusou os três agentes afastados com responsáveis pela fuga ocorrida no Cyridião Durval. “Os agentes penitenciários foram afastados devido ao processo legal de sindicância administrativa para manter a lisura no processo.Eles estavam de plantão no momento da fuga e foram afastados não por conivência e sim para averiguação dos fatos. Em momento algum afirmei ao repórter que eles eram culpados, nem que estariam presos, pois tal fato não existe”, explicou.André Dias completa ainda que em relação ao valor de R$ 100 mil, colocado na matéria de forma distorcida, o gerente-geral informou ao repórter Cícero Santana de que havia especulações de funcionários da unidade prisional Baldomero Cavalcanti de que, no período em que o reeducando Adriano dos Santos Oliveira, conhecido como Caetano, estava recluso naquele presídio chegou a oferecer a quantia de R$ 100 mil ao funcionário quque facilitasse sua fuga, daí o repórter distorceu os fatos.“A quantia de R$ 100 mil foi uma especulação vinda de funcionários do Baldomero e não o real fato ocorrido no Cyridião Durval, até porque é muito cedo para se dizer o que realmente aconteceu, pois todas as hipóteses das circunstâncias da fuga serão investigadas pela comissão de sindicância e pelo delegado especial que será designado para o caso”, afirmou André.A afirmação inverídica publicada no jornal Alagoas Em Tempo e na agência alagoasemtemporeal, gerou um clima de insatisfação entre os agentes penitenciários e a direção do presídio Cyridião Durval, repercutindo ainda as afirmações inverídicas no sindicato da categoria.“Não podemos apontar qualquer pessoa como responsável pela fuga, seria muito irresponsável da nossa parte. Colhemos as primeiras informações sobre a fuga, relatamos ao intendente e ele solicita as providências cabíveis. Cabe a sindicância e a Polícia Civil investigar o caso e o Estado e Justiça punir os responsáveis”, explicou André Dias.A Intendência Geral do Sistema Penitenciário (Igesp) informa que os trabalhos de investigação quanto às circunstâncias em que ocorreu a fuga dos 11 presos já estão sendo realizados por uma comissão de sindicância e que solicitou na última quinta-feira, dia 03, ao delegado-geral de Polícia Civil, Carlos Alberto Reis, a designação de um delegado especial no inquérito policial que investiga o caso.A comissão de sindicância e o delegado especial vão investigar desde a forma como se deu a entrada da arma no presídio até as circunstâncias que a fuga aconteceu. As pessoas envolvidas com a fuga, após a conclusão das investigações, responderão processo na Justiça.

fonte: alagoas em tempo real