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sexta-feira, 14 de março de 2008

Agentes penitenciários protestam na segunda-feira

Sindicato exige melhores condições de trabalho e critica juiz, que rebate: 'Eu agradeço!'

O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas vai promover uma grande manifestação na próxima segunda-feira, em protesto contra a falta de condições de trabalho e ao posicionamento, com relação aos problemas do sistema prisional, do juiz da Vara de Execuções Penais, Marcelo Tadeu. Segundo os agentes, o magistrado vem causando ‘celeuma’ no sistema prisional, ‘ouvindo apenas a versão dos reeducandos’.Os agentes estarão concentrados na sede do Sindicato, no bairro do Farol (próximo ao elevado do Cepa) a partir das 8 horas da manhã, quando deverão sair em caminhada até o Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió, para exigir do Governo do Estado soluções à crise: a categoria reivindica, entre outras coisas, mais segurança quando da realização de escoltas de presos. O presidente do Sindicato, Jarbas Souza, lembra o fatídico incidente envolvendo o agente Manoel Messias de Souza Júnior, 26 anos, assassinado em novembro passado durante resgate de um preso, escancarado a insegurança vivida pelos agentes em seu dia-a-dia. “Como, até agora, absolutamente nada avançou, queremos uma resposta oficial do Governo”, desabafa o agente, acrescentando que também irá aproveitar a oportunidade para ‘mandar um recado’ ao novo secretário de Defesa Social, delegado Paulo Rubim, a fim de que o mesmo dê a atenção necessária ao sistema.Ainda segundo Jarbas, o promotor da Vara de Execuções, Fábio Gomes, vai ouvir os agentes acerca das denúncias de maus-tratos que algumas detentas do presídio Santa Luzia teriam sofrido recentemente. “Ele nos garantiu que vai ouvir os agentes que estavam de plantão, a fim de que se chegue, de fato, à verdade dos fatos”, revelou o sindicalista. O intendente penitenciário, coronel Luiz Bugarin, nega que as detentas tenham sido espancadas ou forçadas a tirar a roupa diante dos agentes, masculinos e femininos, depois que as presas, insatisfeitas, foram impedidas de utilizar o orelhão instalado na penitenciária – o que é proibido por lei. Já o juiz da Vara de Execuções Penais, Marcelo Tadeu, continua a afirmar a necessidade de desmilitarização do sistema prisional alagoano para solução dos problemas enfrentados.RepresentaçãoO presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários informou à Gazetaweb que vai entrar com uma representação na Corregedoria de Justiça, ainda na segunda-feira, contra o juiz Marcelo Tadeu. “Ele vem colocando a população carcerária contra nós. Até fuxico acaba virando um motivo para nos comprometer frente aos detentos, já que nossa relação é permanentemente conflituosa, pois, eles vivem pensando em fugir, enquanto nós nos esforçamos para mantê-los presos”, avalia Jarbas.Mas o juiz Marcelo Tadeu rebate. “Eu agradeço que entrem com esta representação contra mim. É muito importante criar este ambiente de discussão, para que possamos mostrar a covardia que é o sistema prisional”, afirmou o magistrado.
Fonte: Gazetaweb - reportagem de Bruno Soriano

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