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segunda-feira, 17 de março de 2008

Diretora do Santa Luzia rebate acusações

Segundo ela, inquietação de reeducandas é fruto do fim de regalias

A diretora do presídio feminino Santa Luzia, Silma de Oliveira, em entrevista concedida nesta segunda-feira ao programa ‘A verdade agora’, da Rádio Gazeta AM, rebateu as acusações de maus-tratos feitas no início deste mês por reeducandas da unidade prisional situada no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió. Segundo ela, a implantação da Lei de Execuções Penais é o motivo da insatisfação de algumas detentas.“Algumas mudanças estão trazendo certas inquietações porque a lei de Execuções Penais está sendo posta em prática à risca. Uma das medidas foi a proibição do acesso das detentas ao orelhão, fazendo jus ao que determina a lei. Primeiramente, restringimos o horário para uso do telefone. Insatisfeitas, apesar de as próprias reeducandas terem escolhido o dia e o horário para realizarem ligações, tive de vetá-las por completo”, explicou a diretora do presídio, que teve sua versão reforçada por um reeducanda, que não quis se identificar e falou, ao vivo, ao apresentador Ailton Villanova, negando as denúncias.“Sou reeducanda há dois anos e digo que é tudo mentira. Eu presenciei tudo e ninguém ficou sem comer. Essa história foi intentada por quatro ou cinco detentas”, revelou a reeducanda, que se diz ex-viciada em drogas. “Antes de a revista acontecer, elas já falavam em ‘virar a cadeia’. Nenhum agente masculino presenciou o momento em que apenas duas mulheres retiraram a roupa porque reclamaram da revista. Não houve spray de pimenta, muito menos fotos para constranger ninguém, já que elas foram tiradas somente depois do ocorrido para registrar a depredação”, emendou a reeducanda, que cumpre pena por tráfico de drogas.Uma gravação, cedida ao programa da Rádio Gazeta, reproduz o depoimento de algumas detentas que teriam sido até agredidas pelos agentes do Grupo de Ações Penitenciárias, o GAP. “Tinha até uma colega grávida de cinco meses passando mal. Soubemos que foi a diretora quem autorizou o GAP a ‘já chegar batendo’”, diz trecho da gravação.Na tarde desta segunda-feira, cerca de 10 agentes que estiveram de plantão no dia do motim promovido pelas reeducandas foram ouvidos pelo promotor da Vara de Execuções Penais, Flávio Barros. “O protesto que realizamos hoje [segunda] foi muito produtivo. Amanhã, já iremos nos reunir com o secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, a fim de que nossas reivindicações sejam atendidas”, explicou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Jarbas de Souza, cuja categoria exige melhores condições de trabalho.“Também protocolamos nossa representação contra o juiz da Vara de Execuções Penais, Marcelo Tadeu. Nos próximos dias, também iremos representar o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil [OAB-AL], Gilberto Irineu, que também compactuou com o discurso unilateral do magistrado”, acrescentou Jarbas, sobre as autoridades que, segundo ele, ouviram apenas as detentas no caso citado.
Fonte: Gazetaweb - reportagem de Bruno Soriano

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