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quinta-feira, 1 de maio de 2008

Agentes da UIJA são espancados e humilhados por adolescentes todos os dias


Os agentes penitenciários prestadores de serviços na Unidade de Internamento Jovens e Adultos(UIJA) estão desesperados e denunciam que são espancados e humilhados todos os dias dentro daquela instituição e nada podem fazer em função da lei que protege o menor infrator. “Todos os dias somos recebidos a pedradas e não podemos reagir. Não podemos usar armas, as algemas são compradas com o salário que recebemos que é menor que o salário mínimo. Amparados nesta lei, eles nos fazem de gato e sapato, além das ameaças de morte que são constantemente direcionadas a nós e a nossa família”, disse o agente, que estava conduzindo até a Deplan I Ivanilson Soares Carvalho, conhecido como “Pittbul”, principal responsável pelas rebeliões e motins, registrados naquele sistema.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Jarbas de Souza, acompanhado com alguns integrantes da diretoria do sindicato, compareceu na manhã de ontem e ouviu o lamentos dos agentes, principalmente no que diz respeito às agressões que estão sofrendo. “Ouvimos o pessoal daquela unidade e vamos tomar as devidas providências quanto a essas agressões em que estão sendo vítimas. Não é por serem menores infratores que estão no direito de agredir as pessoas. Vamos solicitar providências, inclusive, para a transferência de alguns desses internos que estão com idade expirada, para que sejam conduzidos para o presídio. Também tomamos conhecimento que alguns deles são responsáveis pela bagunça na instituição”, advertiu Jarbas de Souza.

A revelação da agressão foi feita durante a confecção de um Boletim de Ocorrência, no inicio da semana, durante uma tentativa de fuga que foi abortada pelos agentes. Para conduzir dois menores até a Deplan I, foram necessários dez agentes. Dois deles foram agredidos pelo chefe da rebelião, Ivanilson Soares. Um foi mordido no antebraço e outro sofreu lesão na mão esquerda, provocado por um golpe de vergalhão, utilizado por um dos rebelados. Segundo um agente penitenciário, as agressões se registram principalmente quando ocorrem rebeliões e motins.
“Na unidade existem internos que já deveriam ser transferidos para os presídios, a exemplo principalmente do Ivanilson Soares, “ Pittbul” que é o principal responsável pelas rebeliões e a insegurança na unidade. Hoje, ele voltou a comandar uma tentativa de fuga em massa, iniciada com um motim que nós conseguimos debelar. Mas, para que isso acontecesse, dois agentes foram vítimas de agressão a mordida e a golpes de vergalhão. Na verdade, a situação é insustentável, porque tememos pela segurança de nossos familiares”, desabafou um dos dez agentes que conduziram apenas dois internos, responsáveis pelas agressões sofridas pelos prestadores de serviços.
Chefe dos Motins
Ivanilson Soares Carvalho, “Pittbul”, tem 19 anos e está recolhido naquela unidade por prática de homicídio
. Segundo sua ficha, apresentada ao Alagoas em Tempo, ele é responsável dentro da unidade por lesão corporal, ameaças de morte, tentativa de homicídio e lesão corporal grave. “Queremos que esse delinqüente seja levado para o presídio, porque aqui na unidade ele é sempre uma ameaça, principalmente para nós agentes penitenciários. É ele que vem instigando outros internos a nos ameaçar, inclusive dizendo que, se reagirmos, nossos familiares sofrerão as conseqüências“, desabafou outro agente que, por medida de segurança, preferiu omitir sua identidade.
O grupo afirma que quando em rebeliões e motins, o Bope não entra para acabar com as manifestações, deixando-os a mercê dos rebelados. “Eles não entram porque sabem que serão agredidos e nada vão poder fazer, porque se reagir à altura das agressões, serão punidos na corporação e nós é que ficamos expostos as pedradas e xingamentos”, disse outro agente penitenciário.
Discriminação

Os agentes denunciam ainda, que além das agressões e humilhações que sofrem dentro da unidade, através dos internos, estão sendo vítimas do próprio sistema, por serem prestadores de serviços. “Nós recebemos apenas R$ 475, valor menor que o salário que é determinado por lei. E tem mais: Não temos férias e nem 13º salário que são direitos de todo trabalhador. É por isso, que estamos pedindo providências pelo amor de Deus às autoridades, principalmente ao presidente do sindicato, Jarbas de Souza, que, apesar de sermos prestadores de serviços, pertencemos à entidade. Não podemos ficar armados na unidade e as algemas nós compramos com o que recebemos de salário”, desabafou.

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