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terça-feira, 20 de novembro de 2007

Detento morto em rebelião furtou caixa de ferramentas

A Casa de Detenção de Maceió trouxe a realidade do Sistema Penitenciário para aqueles que sequer foram julgados. O juiz da Vara de Execuções Penais, Marcelo Tadeu, contou, em entrevista ao Jornal da Pajuçara Manhã, que um dos detentos mortos na rebelião estava preso desde março, por um crime banal.
"Ele era acusado de furto de uma caixa de ferramentas velha, que foi devolvida. Em março, eu vi ele implorando, dizendo que foi obrigado a fazer sexo oral com um companheiro de cela aidético", contou Marcelo Tadeu. O juiz se referiu ao preso que foi enrolado e queimado no colchão.
Para Marcelo Tadeu, parte da administração do sistema ou até mesmo o conflito interno, entre agentes penitenciários concursados e não concursados podem ter gerado a rebelião. "Eles iriam participar do mutirão em poucos dias", lembrou o juiz, acrescentando que os detentos querem a agilização dos processos para que sejam logo libertados.
Denúncia
A rebelião ocorrida no último sábado já é considerada a maior rebelião de Alagoas e, possivelmente, uma das maiores do Brasil. Foram seis mortes, em apenas poucas horas, além dos 70 feridos.
Com esse saldo, o juiz Marcelo Tadeu já inicia uma representação contra o Estado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. "Em março, eu estive no motim que aconteceu no Cadeião. Naquela ocasião eu tomei conhecimento de que, em Alagoas, agentes estavam autorizados a entrar armados nos presídios", explicou.
"A comissão pode obrigar o Estado a investir em armas não letais e impedir a entrada de armas de fogo no presídio", finalizou.

Fonte: Tudo na Hora

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